Até em nossos dias as comunidades do interior recebem com pouca freqüência a visita de um padre para a celebração de missa e outras cerimônias, imaginem vocês a mais de quarenta anos passados.
Os padres possuíam um único veículo, que era um Jipe, para se deslocarem às comunidades distantes e muitas vezes nem este que é adequado para terreno acidentado conseguia chegar ao local desejado tendo, portanto que fazerem uso de animais e algumas ocasiões a pé mesmo.
As visitas não eram previamente marcadas, quando o padre chegava à capela ou mesmo em alguma casa onde seria celebrada a missa, havia um corre-corre para avisar os vizinhos, muitos até bem distantes.
Nestas ocasiões eram feitos os batizados, sem nenhuma preparação dos pais e com crianças de várias idades, uns já bem grandinhos, aproveitando a passagem do padre porque outra vez não tinha data certa para acontecer.
No meu tempo de criança, conheci o Padre Nicolau, um sacerdote alemão que falava com sotaque acentuado, que era muito querido por todos devido à atenção que dedicava ao povo, resolvendo pequenos problemas, distribuindo remédios inclusive para casos menos graves.
Quando o Padre Nicolau chegava à comunidade era um grande acontecimento, mas a grande expectativa era distribuição que ele fazia de leite em pó para todas as famílias que tinham crianças, este leite para nós era uma novidade e nós pequenos adorávamos tomá-lo.
Padre Nicolau ficou em nossas lembranças e o produto que ele distribuía ficou conhecido para o povo humilde do interior como o “leite do Padre”.
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