Qualquer que seja a duração de nossa vida, ela é completa. Sua utilidade não está na quantidade de duração e sim no emprego que lhe é dado.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
BENZEDEIRAS
Figuras comuns no interior, estas pessoas muitas vezes deixam seus próprios afazeres para dedicar algum tempo em benefício de outras que necessitam de sua ajuda para a cura de alguma doença ou até de algum problema espiritual.
Estas pessoas, muitas vezes menosprezadas nos dias de hoje, foram em várias ocasiões responsáveis pela sobrevivência dos pobres que as procuravam com a impossibilidade de buscar um médico.
As suas rezas, remédios caseiros ou apenas seus conselhos serviam de alento para que o povo humilde levar avante a sofrida vida que lhes fora destinada. Muitas destas benzedeiras conseguiam dar forças e ânimo para os outros embora a sua situação fosse pior que a dos mesmos.
Lembro de modo especial de uma senhora, embora tenha esquecido seu nome a sua figura me vem à lembrança, extremamente pobre e seu casebre no meio de um matão onde vivia sozinha, apenas com alguns animais, sobrevivendo de algumas plantinhas por ela cultivadas e alguns outros alimentos levados por aqueles que a procuravam em busca de uma reza ou remédio que ela mesma fazia com ervas.
Eu mesmo quando pequeno fui levado por minha mãe para que fosse curado de certa dor nas costas que chamávamos de “rendidura”, como tratamento seria feito a “costura”, embora hoje não acreditar neste tipo de procedimento, naquela época curiosamente dava resultado e isto é explicado pela fé que depositávamos no trabalho desta senhora.
Havia um ritual a ser seguido para que a cura acontecesse, teria que ser feito em três dias consecutivos e impreterivelmente antes do por do sol de cada dia, com a pessoa voltada para o poente, a benzedeira munida de uma pequena almofada de pano, agulha e linha postava-se atrás do paciente, eu neste caso, murmurava algumas rezas e terminava pedindo o que ela costurava, a esta pergunta deveria responder o que ela previamente havia ensinado, estranho era a resposta que aqui transcrevo exatamente como deveria ser: “carne quebrada, nervo torto e osso rendido”.
Esquisito, não? De qualquer forma na terceira vez estava sem nenhuma dor. Devo confessar que para mim, bem pequeno, o local onde morava e a figura estranha desta senhora me impressionara e causara bastante medo a ponto da dor nas costas que sentia ter ficado em segundo plano.
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