Aproveitando a propaganda que esta sendo feita em cima do lançamento do novo filme velho, O menino da porteira, com o cantor Daniel, quero relembrar certa passagem de minha infância quando morávamos no interior nas proximidades de uma estrada de terra que fazia a ligação com a sede do município.
Perto de nossa casa tinha a ponte sobre o rio São João e para ambos os lados havia aclive na estrada devido, obviamente, ao rio correr na baixada e era comum que caminhões transportadores de madeira serrada quebrassem, ou mesmo iam pro cepo, como dizíamos, na subida que chamávamos de ladeira.
O que era um percalço para os motoristas era para mim motivo de satisfação, pois fugindo a rotina, poderia conversar com pessoas estranhas e mais que isso, aproximar-me dos caminhões com seus mistérios para mim, nos meus seis ou sete anos de idade.
Alegria maior e senso de importância ocorriam quando, em busca de uma peça para substituição da quebrada, o veiculo era deixado sob meus cuidados para que não houvesse roubo ou dano no mesmo. Imaginem quem chegaria a fazer alguma coisa, sendo que o mesmo estava sendo guardado por mim, com todo o tamanho que possuía nesta idade.
Quando do conserto do caminhão e sua seqüente partida, o motorista nunca deixava de dar algumas moedas para pagamento do serviço de guarda que eu tivera.
Parodiando eu poderia ter sido chamado de O menino da ladeira e, como na história, o fim também foi trágico, pois nesta mesma descida meu pai acabou perdendo a vida em um acidente com um trator quando eu ainda não contava com nove anos de vida.
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