quinta-feira, 27 de agosto de 2009

TEODORINHO

Quando pequeno conheci um senhor bastante idoso, havia inclusive sido escravo.
Ele e sua mulher, que não lembro o nome, viviam num pequeno ranchinho no meio do mato.
Sobreviviam de algumas coisas que plantavam e principalmente de alimentos que as pessoas levavam para eles.
Apesar de muito ser bom com todos, nós crianças tínhamos medo dele porque os pais diziam que quem não obedecesse seria dado para ele comer com “quirera”.
Quando sua esposa faleceu, o dono de uma serraria levou-o para morar em uma das casas da empresa.
Não ficou muito tempo, começou a desmanchar a casa para fazer lenha, principiando pelo assoalho,afim de fazer fogo-de-chão.
Um senhor de nome Dário, deu-lhe abrigo em sua propriedade, num gesto muito bonito.
Lá viveu Teodorinho mais alguns anos, recebendo alimento e cuidados, apesar de continuar vivendo em os casinha de chão que era de seu gosto.
Lembro que no dia de sua morte, correu logo a notícia e muita gente veio para seu velório.
Seu Dário, apesar de nem parente ser, organizou com grande desprendimento todo o funeral.
Inclusive abateu porcos e galinhas para atender a todos que haviam comparecido, alguns de bem longe.
Documentos, Teodorinho não tinha, mas os mais antigos calculavam sua idade em mais de 120 anos.

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