quinta-feira, 27 de agosto de 2009

FOGUEIRAS

Nas noites frias do mês de junho, em comemoração aos santos desta época do ano fazíamos fogueiras, caieiras para alguns,tal como são feitas até os dias de hoje.


Eram pequenas fogueiras, ou lá em casa ou em algum vizinho, que serviam para divertir e estreitar os laços de amizade com os poucos moradores da região.

Os fogos de artifício de hoje em dia, nem pensar, além da dificuldade de encontrá-los,o preço não cabia no orçamento das pessoas simples daquele tempo.

A solução encontrada, para ouvirmos estouros e animar a festa, era a colocação de taquaras verdes dentro da fogueira que com o aquecimento interno de seus gomos, explodiam soltando um estouro similar aos foguetes e bombinhas.

A comida era a usual desta época do ano: pipoca, quentão,paçoca,pé-de-moleque,batata doce....

Todos contribuíam, para não onerar apenas uma das famílias.

Lembrando que sempre havia a reza do terço e demais orações para o santo do dia, o homenageado.

Sempre tinha música para animar e até saia uma dancinha.

Quando a lenha da fogueira havia sido queimada,restando apenas o braseiro ainda vivo,acontecia um fato impressionante, espalhavam-se as brasas e as pessoas passavam sobre elas andando de pé descalço.

Muitos não tinham a coragem de fazer isto, outros tentavam passar calçados e inexplicavelmente estes sofriam algum tipo de queimadura.

Este fato, de andar sobre as brasas, posso atestar com absoluta certeza,pois várias vezes fiz isso.

Nos dias de hoje já não faço esta proeza, falta-me coragem ou talvez tenha perdido a inocência e a fé dos meus tempos de menino.

Já de madrugada todos voltavam para suas casas e a festa era assunto para muitos dias.

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