terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Acampamento problemático















Combinamos que ficaríamos uma semana acampados, eu, minha mulher e os dois filhos, pequenos na época. Tínhamos acertado com antecedência todos os detalhes para termos alguns dias tranqüilos e em contato com a natureza.


Eu tinha comprado uma pequena área de terra às margens do reservatório de uma usina hidrelétrica, sem nenhuma benfeitoria, ficaríamos instalados em uma barraca. Com todos os itens necessários anotados, tivemos vários dias para reuni-los e no dia combinado colocamos tudo no carro que com uma carretinha atrelada, comportou tudo o que tínhamos juntado.

E lá fomos nós para o sonhado acampamento, tão esperado, principalmente pelas crianças. Chegamos ao local cheios de entusiasmo, montamos a barraca, o dia estava lindo e a paisagem parecia de cinema, tudo perfeito.

Quando chegou a noite começaram os problemas, uma sucessão deles; primeiro a válvula de um dos botijões de gás travou, quando estava sendo ligado o fogareiro, vazando tudo e deixando um cheiro horrível. Altas horas da noite, minha mulher acordou gritando que havia cobras, assustando as crianças, era apenas um pesadelo. Na segunda noite caiu uma chuvarada que nos obrigou a dormir no carro.

Ainda assim continuávamos animados, até que no terceiro dia aconteceu o pior, eu estava limpando alguns peixes que tínhamos pescado, utilizando uma tesoura para abri-los, quando resvalei e cai, cravando a tesoura na coxa. Foi um Deus nos acuda por causa da quantidade de sangue que saia do ferimento.

Foi o fim do acampamento, eu parado tentando estancar o sangue enquanto a mulher e as crianças desmontavam tudo, para em seguida dirigir-nos a cidade, distante setenta quilômetros de onde estávamos e o caminho teria que ser feito por estradas de chão em péssimas condições de trafegabilidade.

O doutor que me atendeu disse que tive muita sorte, a região atingida é rica em vasos sanguíneos e poderia ter sucumbido pela grande quantidade de sangue perdido.

Eu fiz alguns outros acampamentos, minha mulher e as crianças nunca mais me acompanharam.

Um comentário:

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