domingo, 29 de novembro de 2009

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

MINHA PRIMEIRA CONQUISTA (anos 70)



Quando a vi pela primeira vez, confesso que suas formas me chamaram a atenção, mas devido a minha posição social, nem me passou pela cabeça a possibilidade de um dia tê-la para mim.


Certamente muitos outros, mais bem situados financeiramente, já tinham postos seus olhos nela, e, com certeza um dia a teriam, invejei este felizardo.

Comecei a passar diariamente pelo local, onde sabia que a veria, e à medida que o tempo passava, comecei a convencer-me de que teria alguma chance de conquistá-la.

Tinha que dar tempo ao tempo, quem sabe meu dia chegasse. Fiquei vários dias sem vê-la, achando que a velha máxima “o que os olhos não vêem o coração não sente” fizesse efeito sobre mim.

Qual nada, ela não saia do meu pensamento, chegava sonhar com ela. Então tomei coragem e fui a sua procura, não tinha certeza se a encontraria, torcia para que sim, embora receasse que ela já estivesse com outro.

Lá estava ela, limpei a garganta, deixei minha timidez de lado, entrei, falei, e, maravilha! Sai com ela.

Levei-a pelas ruas e fomos até minha casa, e daí apouco saímos para passear. Muitos olhavam quando passávamos e eu ficava cheio de orgulho por estar com ela. Mal sabia que as pessoas desviavam a atenção para nós e viam que não havia harmonia, não combinávamos, mas isto eu não percebia, feliz como estava.

Naquela noite, minha vontade era dormir com ela, só não fiz isso porque achei que não ficava bem, poderia haver falatório lá em casa.

Com o passar do tempo, tornou-se melhor ainda andar com ela, gostava quando roçava meu corpo, fazia-me um bem enorme sentir-me seu dono. Andei muito tempo com ela, mas passada a euforia inicial, já não lhe dava tanta atenção, as saídas com ela começaram a rarear, tinha outras preferências. Até que, como tudo neste mundo, teve fim nossa ligação.

Na verdade nem sei que fim ela levou, neste período eu já estava crescido e notei que ela não servia mais para mim. Vieram muitas outras na minha vida, mas dificilmente esquecerei a primeira calça jeans que comprei com meu próprio dinheiro.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

“A preguiça caminha tão devagar que a pobreza não tem dificuldade nenhuma em alcançá-la.”





Confúcio, filósofo chinês

Aquecimento global


terça-feira, 24 de novembro de 2009

A era do rádio




O rádio foi, antes da popularização da TV, o meio de comunicação mais acessível à população, em especial a aqueles que como eu, viveram no interior, já que os jornais, com pouca circulação, dificilmente chegavam às mãos dos menos favorecidos e , quando isto acontecia, normalmente eram números atrasados.


Mesmo o rádio, lá pelos anos 60, era privilégio de poucos. Lembro de pessoas que vinham a nossa casa com o intuito exclusivo de ouvir a maravilhosa caixa que falava.

Meu falecido pai, não deixava de ouvir a Voz do Brasil, naqueles tempos instáveis da política brasileira que culminou com a implantação da ditadura militar em 64.

Minha mãe, também falecida, e minhas irmãs acompanhavam com grande interesse o desenrolar, capitulo por capitulo, as radio novelas.

Eu, particularmente, era ligado em um programa que contava causos misteriosos, do alem, cheios de assombrações, que o locutor jurava serem baseados em fatos reais. Muitas noites tardei a dormir amedrontado pelos relatos que ouvia.

Lembro do primeiro rádio que tivemos, grande, caixa de madeira e a pilha, recarregável, era enorme e pesada, maior que uma caixa de sapatos.

Este rádio ficou totalmente destruído, numa ocasião em que ocorreu a queda de um raio, inclusive derrubou alguns de meus familiares que estavam pertos no momento da explosão.

Na minha ignorância de criança, acreditava que a programação ia se acumulando dentro do aparelho, e esvaziava na medida em que era ligado. Quanto mais tempo ficasse desligado, maior acumulo de informações.

E não era só eu que pensava assim. Contam que certo senhor, quando levou seu rádio para consertar, pediu ao técnico que colocasse bastante musicas, e sertanejas, que eram suas preferidas.

Beba um pouco




sábado, 21 de novembro de 2009

Eólicas








Uma das melhores descobertas para a produção de energia renovável e que não agride o meio-ambiente, é, sem duvida a gerada pelos ventos.


Depois de muitos estudos e medições, em vários locais do Paraná, descobriu-se que o melhor local para a instalação de geradores eólicos seria os Campos de Palmas, que engloba parte de S. Catarina, devido à brisa constante existente nesta área.

No principio o governo do Paraná, através da Copel e em parceria com uma empresa alemã, que detinha a tecnologia necessária, colocou em funcionamento 5 torres que imediatamente iniciaram a produção energética.

A partir daí, o vizinho estado de S. Catarina adotou a idéia e de imediato implantou mais 28 geradores, praticamente no mesmo lugar, já que a divisa de estados é apenas uma rodovia.

Nos dias de hoje, estão em construção mais 85 torres, de um total de 275, previstas para esta etapa.

Enquanto nossos vizinhos, mostrando grande visão, estão recebendo financiamento de uma empresa argentina, a parte que nos cabe ficou parada com apenas os 5 geradores iniciais.

A explicação para o fato é que nosso ilustre governador não aceita, em hipótese alguma, a participação estrangeira na geração de energia, de qualquer espécie, em nosso estado.

De qualquer forma este governo passara, e o começo está feito, teremos uma fonte de energia limpa, alem de que, a paisagem de nossos campos está mais bela, com as enormes hélices girando continuamente no horizonte.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Parque da Gruta






Palmas, cidade do interior do Paraná, embora pequena, já conta com 130 anos de emancipação e faz parte da história do estado, nesta região ocorreu a Guerra do Contestado, e do país, haja vista que foi disputada pela Argentina no litígio conhecido como a Questão de Palmas.


Há muita história para ser contada, mas hoje, quero deter-me sobre um acidente geográfico que faz parte do relevo urbano deste município.

Perto do centro da cidade existe um pequeno cânion, em forma de ferradura, com a abertura voltada para o norte, vindo do sul o rio Lajeado penetra no local formando uma queda d’água e em seguida segue seu curso saindo pela abertura natural.

Hoje, devido a obras de paisagismo tornou-se área de lazer, com estrutura para a prática de esportes, ali também foi construída a sede do Grupo de Escoteiros, Lyon e Serra Club.

Mas desde os primórdios, uma pequena gruta, encravada num paredão rochoso, transformou-se em uma capelinha onde foi colocada a imagem de N. S. de Lourdes, que proporciona, através de uma escadaria, a visitação de muitas pessoas que para ali se dirigem a fim de fazerem suas orações.

Aconteceu neste local, no início da povoação, um confronto dramático entre os pioneiros e índios que habitavam os arredores.

Atacados durante a noite, os poucos habitantes da época, estavam levando a pior, quando indígenas, simpatizantes do povoado, vieram em socorro e acabaram encurralando os atacantes, fazendo-os retroceder em direção ao precipício, onde muitos caíram e encontraram a morte.

Nos dias de hoje é um ótimo local de lazer, além de ser uma área verde bem centralizada.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Santinha




Distante 12 km de minha cidade existe uma pequena fonte d’água, que é visitada por inúmeras pessoas diariamente e em especial em dias santos, para ali fazerem suas orações, agradecendo ou pedindo graças.


Teve como início esta devoção quando, certa ocasião, há muitos anos atrás, uma mãe levava seu filho pequeno, já em estado crítico de saúde, para ser atendido por médicos na cidade vizinha, que possuía melhor estrutura, muito embora muitos garantissem que não chegaria com vida.

Como a viajem, feita em estrada de chão, era demorada fizeram uma pequena parada próximo à fonte e aproveitaram para tomar água no local. A partir do momento que o menino ingeriu algumas gotas iniciou-se um processo de melhora, tanto é que quando chegaram ao destino, estava completamente bom. Mesmo o médico que o atendeu, inteirando-se do fato, afirmou que só poderia ter sido um milagre.

Desde então se iniciaram as peregrinações para o local, e muitos outros afirmam terem sidos curados através do uso desta água, prova disso é a enorme quantidade de objetos deixados no local como tributo a graça recebida.

Hoje existem várias capelinhas, oratórios, cruzes, pias e imagens de santos, que aumentam de número seguidamente.

Até alguns anos atrás, incentivado até pela igreja católica, as maiores procissões, com concentração de milhares de pessoas, era feita na madrugada de sexta-feira santa, foi quando num destes dias aconteceu um acidente em que um caminhão atropelou várias pessoas, matando algumas, já que a caminhada é feita pelo acostamento de uma rodovia com grande tráfego de veículos.

Mesmo assim é impressionante o número de pessoas que se deslocam para aquele lugar em dias especiais. É um bonito sinal de fé, sem dúvida.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O fabricante de viúvas




Este, como a maioria de meus textos, retrata épocas passadas, quando de minha infância e são fatos reais. Esta história, bastante conhecida é, inclusive, citada no livro do Sr. José Bauer, já falecido, mas que tinha grande conhecimento dos fatos verificados em tempos idos aqui nesta região.


Havia muitos criadores de porcos e agricultores que faziam lavouras em vários locais na imensidão de terras despovoadas, para os pequenos produtores, devido à dificuldade de colocar seus produtos, restava negociar com os mais afortunados.

Um destes grandes negociantes, instalado em Vila Nova, que mais tarde transformou-se em Pato Branco, comprava qualquer quantidade de produtos que lhe oferecessem, e depois de entregues eram pagos em dinheiro vivo, de preferência na presença de outras pessoas que por acaso se encontrassem em seu estabelecimento.

Seguidamente acontecia sumiço de pessoas, mas ninguém ligava o fato de sumirem, normalmente após terem efetuado uma venda ao referido comprador. Muitos até, principalmente os familiares, achavam que o vendedor, aproveitando o fato de ter adquirido boa quantia, seguiam para outros locais para tentar vida melhor.

A verdade veio à tona quando certo pistoleiro teve um caso com uma das inúmeras viúvas, e acabou contando o que na realidade acontecia, e esta levou imediata denúncia ao promotor, que começou averiguar o fato, chegando à conclusão, que foi admitida posteriormente, que o grande negociante ao mesmo tempo em que pagava pelos produtos adquiridos, já havia dado ordens para seus capangas esperarem o vendedor, que depois de ser saqueado de seu dinheiro, era morto e, com pedras amarradas lançado em um rio que passava próximo.

Quando da realização do julgamento, o fórum foi invadido por muitas pessoas, familiares das vítimas, que acabaram linchando aquele que ficou conhecido por “fabricante de viúvas” e, ironia da história, seu nome era PACÍFICO Pinto.

Cuidado quando pedir


terça-feira, 10 de novembro de 2009

Natureza
















Mau exemplo de mãe



Esta semana aconteceu aqui onde resido dois fatos, que podem até serem comuns em grandes cidades, mas para nos aqui do interior não é normal acontecimentos desta natureza.


Ocorreram duas prisões de mães que tentavam introduzir maconha na delegacia local para consumo de seus próprios filhos ali detidos. O método utilizado foi a colocação da droga em fundos de potes de margarina, não obtiveram êxito devido a perspicácia do delegado, conhecedor destes artifícios.

Causa-nos estranheza as atitudes destas mães que incentivam os filhos a consumir estas maléficas substâncias e, pior ainda, utilizaram-se de crianças para fazerem a entrega e com isso dão o mau exemplo aos pequenos, que provavelmente seguirão os mesmos passos no futuro.

O que dizer sobre esta situação?

Podemos chamá-las de mãe?

Quando muitas fazem o impossível para tirar seus filhos deste caminho, aparecem estas, apoiando e até incentivando a prática deste abominável vício.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

As fases da vida


Muito dinheiro, pouco conhecimento






Aqui onde moro há um senhor de grandes posses, um fazendeiro com grande capital em terras e gado, possui várias fazendas, seu nome terei que omitir, para evitar problemas, pois alguns dos causos que lhe são atribuídos pode não ser verdade, apesar de que, quem o conhece sabe, ele tem capacidade para ter sido protagonista das histórias que lhe são atribuídas.


Contam que certa vez tendo que ir para a capital, fora procurado pelo diretor do colégio a fim de que trouxesse algumas bandeiras do Brasil, que seriam usadas no desfile de sete de setembro, aceitou de pronto, desde que lhe fornecesse por escrito as cores que desejava que fossem postas nas bandeiras.

Tendo se hospedado em um hotel, já na capital, ao ser perguntado pelo ascensorista qual o andar que desejava, com muita educação falou que deveria ser um andar manso, nunca um trote e muito menos um galope, por não estar acostumado com estas coisas.

Quando da construção de sua residência na cidade, isto há muito tempo atrás, teve que encomendar azulejos fora daqui e, grande foi sua decepção ao constatar, na entrega que tinham mandado brancolejos e verdolejos em vez do que tinha pedido.

Depois de muitos anos usando Jipes e Rurais, um dos poucos que tinha este privilégio, avisaram-no de que havia sido lançado um novo veiculo, próprio para a lida no campo, o Pampa da Ford, de imediato não adquiriu achando que estava sendo enganado, pois os carros apresentados eram pretos ou marrons.

Na época em que houve o corte de vários zeros nas cédulas de dinheiro, uma das medidas tomadas como forma de combater a inflação, costumava dizer que antes se considerava bilionário e que depois disso passou a ser apenas mais um milionariozinho.

Contam as más línguas que ha pouco tempo, quando da lida de gado, estando presentes alguns de seus genros, foi atacado por um boi, não sofreu nada graças à intervenção de um dos genros e este sim quase sofreu um ataque violento dos outros genros por haver acudido o velho.

Há muitas historias do seu Armando, opa! Eu não ia dizer o nome, por favor, não espalhem...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O sumiço da beca




A beca a que me refiro não é a vestimenta usada pelos funcionários do judiciário ou pelos formandos de alguns cursos superiores, não, era o nome que tínhamos dado a uma pequena ovelha que ficara órfã ao nascer.


Criada na mamadeira e paparicada por todos, era a princesa entre outras que possuíamos, entrava até em nossa casa, coisa que não permitíamos às demais.

Cresceu cheia de mimos e destacava-se pelo seu porte e pela mansidão.

Nossa pequena criação não tinha finalidade comercial, tínhamos mais para o aproveitamento da lã e os cuidados dispensados eram poucos, tanto é que só eram fechadas durante a noite e o restante do tempo viviam a solta, embora nunca se afastassem demais e à tardinha vinham por conta própria para o lugar do pouso.

Beca por si só destacava-se das demais, mas alem disso possuía um pequeno cincerro em seu pescoço que com o seu tilintar assinalava a sua posição e conseqüente presença das outras suas companheiras.

Certo dia Beca não apareceu com as demais, a principio não sentimos sua falta, pois, o badalar continuava a ser ouvido, somente mais tarde percebemos que o malfeitor, alem de ter matado a pobrezinha, havia colocado o cincerro em outra ovelha para iludir-nos.

Nunca descobrimos quem fez tal torpeza, e da Beca, tempos depois encontramos apenas seus restos.

Será que existe céu para as ovelhinhas? Brincadeira, mas se existir nossa Beca deve estar lá.